quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Pré Mix II

Acabo de receber a gravação da canção "Os Meus Medos", mixada pelo Leo Brunelli.
Cara... não dá pra acreditar. Depois que escutei, só consegui dizer uma coisa...: "Muito obrigado, Leo".

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Entre Anjos e Santos - A história por trás da música

Lembro que compus "Entre Anjos e Santos" passeando com o Kojak pelas ruas de Porto Alegre, numa das raras vezes que fiz uma canção sem estar dedilhando as cordas do violão.
Bom... Kojak é o nome de um cão schnawzer.
O que me inspirou a letra foi um certo 'despertar da inocência'. Aquela sensação que vem com a maturidade (além da dor nas costas, lógico) na qual percebemos que traímos algumas utopias e acabamos não só dando muita importância para o que não vale nada, como ainda construímos alguns castelos de areia.
E chega o dia que os castelos caem. Ou, como diz na canção... "cedo ou tarde chega a hora de encarar / essa gente chata, empoeirada, devagar".
Estar "entre anjos e santos" é ter consciência de estar entre iguais. A frase que melhor define a música está no final... e é quase um convite, quase uma confissão...: "queria ver você girar comigo / jogar pro alto tudo o que eu preciso em vão".
Gostaria de não precisar de nada. Gostaria de jogar para o alto tudo o que "não preciso". Mas reconhecer que algumas coisas eu "preciso em vão", para mim, já é um grande passo.
No final das contas, todas minhas canções são confissões. Nelas, não observo o mundo; sou protagonista, no mais das vezes, o vilão.
Segue a letra da canção: Versos 1 e 2, Refrão, Verso 3, Refrão
"Verso 1 e 2
Naquelas tardes eu podia enlouquecer
eu me afogava e não sabia o que fazer
Nessas horas todos anjos são iguais
Não vou deixar nenhum pra trás
Com o tempo o meu discurso envelheceu
Queria uma canção em que eu pudesse te dizer
que nessas horas todos santos são iguais
Não vá deixar nenhum pra trás
Refrão
Não posso nem lembrar
Se o mundo há de girar
queria ver você girar comigo
jogar pro alto tudo o que eu preciso em vão
Verso 3
Cedo ou tarde chega a hora de encarar
essa gente chata, empoeirada, devagar
Só eu sei do que já fui capaz
Deixa pra lá, eu quero paz
Refrão
Não posso nem lembrar
Se o mundo há de girar
Queria ver você girar comigo
jogar pro alto tudo o que eu preciso em vão"

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Tá nascendo

O Leo Brunelli me passou agora a Pré-Mix da canção "O Farol". É a primeira do CD. Vai ser difícil escutar outra coisa nos próximos dias.

"Por que BallaHalls?"

Eis uma pergunta difícil de responder.
Embora a resposta esteja na ponta da língua...

domingo, 24 de agosto de 2008

Pré Mix I

O Leo Brunelli está se esforçando para entregar 3 músicas pré-mixadas. Com isso, começará a divulgação do trabalho da Balla.
Enquanto isso... aos ensaios, que novembro terá pé-na-estrada.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Isso Não Vai Parar - A história por trás da música

Não sou maniqueísta, portanto, não acredito na luta entre o bem e o mal.
O bem e o mal são simplificações que nos ajudam a compreender o mundo. Lançamos as coisas para os extremos justamente para facilitar a construção do conceito (guerra e paz; céu e inferno; democracia e ditadura; certo e errado). Se ficássemos focados naquela zona cinzenta na qual os conceitos se encontram, ou mesmo se confundem, teríamos, realmente, dificuldade de conceituar quase tudo, e teríamos que admitir que a contradição, e a falta de coerência, no mais das vezes, nos definem.
O que isso tem a ver com a canção "Isso Não Vai Parar"?
Sou músico desde que tenho autoconsciência e componho desde criança. No início, poemas, com melodias que eram executadas uma única vez e esquecidas; depois, canções.
Quando o sonho de ser músico profissional acabou e eu tive que botar em prática os anos de faculdade, parei de compor. E fiquei assim alguns anos. Simplesmente, não conseguia compor. Ter assumido uma profissão (não-músico) e, em certa medida, bastante extremada da imagem que se tem do guitarrista de rock, fez sufocar a arte que me acompanhou e me definiu.
Até o dia em que eu compus "Isso Não Vai Parar".
Essa é minha primeira canção da "era moderna", qual seja, aquela na qual passei a pagar minhas contas com o suor do meu trabalho.
E a letra da música surgiu de forma dolorosa, como se algo dentro de mim tentasse me impedir de compor. Havia barreiras a serem vencidas. Na medida em que ia escrevendo, percebi que se tratava de um diálogo comigo mesmo, no qual as várias forças diziam e contradiziam. Assumi minhas contradições, minha incoerência. E ao reunir os extremos num sujeito só, percebi que extremos não há. Que nada é bom ou ruim. As coisas simplesmente são.
Segue a letra da canção: Verso 1, Refrão, Verso 2, Refrão, Verso 3, Refrão.
"Verso 1
Logo veio a noite
e disse um cara que estava por perto: 'isso não vai nada bem...'
Tentando ver de dia
tudo o que podia
ser esperto
Isso não vai parar
eu vou me divertir
você não vai gostar
não posso desistir
Refrão
Giro o mundo inteiro se você parar
Verso 2
Mesmo que fosse embora
ainda não era hora de esquecer seus sonhos
uma lembrança velha: 'meu Deus, onde tudo foi parar!'
E já não era seu mundo
tudo estava escuro num jardim aberto
Isso não vai parar
eu vou me divertir
você não vai gostar
não posso desistir
Refrão
Giro o mundo inteiro se você parar
Verso 3
E não adianta nem querer achar que é apenas uma questão de tempo
Você não vê...! Mas não vai esquecer, não
E outra vez virá
você finge não ver
ele não vai passar
cê vai querer correr
e não vai adiantar
vai ter que encarar
agora é pra valer!
Refrão
Giro o mundo inteiro se você parar"

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Atrapalha mas ajuda

Hoje, gravei os vocais da "Todo Dia".
O chefinho sempre participa das gravações, mas essa canção é especial... porque é dele...
Justiça seja feita, sempre que pode, o Ney vai nas gravações. E sempre (sempre mesmo!) tem opinião a respeito de tudo, seja a forma de executar o instrumento, seja como gravar etc. Já perdemos as contas de quantos "tchein, tchein, tcheins" ele fez (simulando o som da guitarra), quantas gesticulações na esperança de me mostrar a forma de cantar, ou (tentem imaginar) jogando os braços ora para um lado ora para outro, sugerindo que se grave algum "tchein, tchein..." no canal esquerdo e outros "tchóins.." no canal direito.
Sem falar no clássico "ah... eu faria diferente...!" (com adequada ênfase no pronome).
Como eu tenho lá minhas dificuldades com opiniões alheias, e não disponho da agilidade mental do nosso baixista (para ouvir o que ele diz ao mesmo tempo que o Brunelli fala comigo), é lógico que as dicas do chefinho me atrapalham.
Atrapalham mas ajudam.
Dessa tensão do embate de idéias têm surgido coisas boas: tenho tentado captar as 'emoções' que o Ney entende que devam estar presentes nas músicas. Muito especialmente na "Todo Dia", que certamente faz muito sentido pra ele.
E como consta do nosso Glossário, "rock'n'roll é atitude...", então, toda tensão é bem-vinda.
Minha parceria com o produtor Leo Brunelli também está rendendo na gravação dos vocais. O Leo faz eu gravar vários 'takes', cada qual com uma interpretação diferente que ele vai sugerindo metaforicamente. Uma delas, durante a gravação da "Todo Dia", era algo como "te imagina cantando para as montanhas...".
No final, o CD da Balla vai ser isso: muitos "tchéin, tchéin, tchéins...", alguns "tchóins" no canal direito... outros, no esquerdo. Mas sempre com aquele olhar sobre as montanhas.
Ah, então tá...

Canguru Voador

Ainda não definimos o nome do CD da Balla. É provável que seja BallaHalls, apenas.
Talvez seja o mais apropriado para um CD de lançamento. Mas eu gosto de batizar as coisas importantes. Quase todos os meus instrumentos têm nome... então, é difícil não querer dar nome ao CD da Balla.
Minha primeira sugestão foi "Canguru Voador". Na verdade, "A Saga do Canguru Voador".
Quem prestar a atenção na letra da "Poemas Sobre o Mar" notará que há um trecho no verso no qual eu canto: "... o canguru voador sobrevoando a minha paz".
Algumas pessoas já me perguntaram o que é "Canguru Voador", mas isso é outra história.
Por ora, diria que é uma espécie de "Pernalonga" potencializado...

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Um ano

Rush, a maior banda de todos os tempos e ponto de convergência dos músicos da Balla e do Digo, sempre foi conhecida como "uma banda de show".
A Balla, contudo, sempre foi "uma banda de ensaio". Faz anos que tocamos juntos, mas os compromissos pessoais sempre postergavam o "botar o pé na estrada".
Mas, no dia 18 08 2007, a BallaHalls fez seu primeiro show, lá no Belém Velho.
Desde então, a Balla mudou de cara e o CD tá quase aí pra provar. E, hoje, faz um ano.
Parabéns para nós !!

domingo, 17 de agosto de 2008

O Farol - A história por trás da música

O que essa canção tem de diferente, em relação às demais da Balla, é que ela dá o recado direto, sem muita enrolação. É uma canção simples, até ingênua, sem grandes pretensões.
Na manhã de um feriadão, eu estava em Porto Alegre e não sabia se ia visitar a família em Rio Grande ou se ia para o Farol de Santa Marta. Bom, na disputa entre ir para o Sul ou para o Norte, acabei indo pro Farol sem pensar muito. Chegando lá (e era minha primeira vez) não encontrei uma única casa para alugar, qualquer pousada... absolutamente nada. Estava tudo lotado.
Já na praia, imaginando que ia ter que voltar para Porto Alegre, encontrei um casal de amigos que estava numa cabana bem na encosta do morro. Acabei me instalando por lá. A vista era demais: dava para ver a curva que a praia fazia até chegar no farol. Na manhã do dia seguinte havia muito sereno, e a imagem era de cartão-postal.
Como passei toda a minha infância/adolescência/juventude na praia do Cassino, o clima 'praiano' do Farol de Santa Marta acabou me remetendo àqueles bons tempos. Uma época na qual, ingenuamente, contemplávamos em segredo os nossos objetos de desejo (leia-se: mulheres). Bom, violão em punho, daí surgiu o primeiro verso da canção: "Sempre que eu quero te encontrar / eu fico aqui nesse lugar / o teu perfume pelo ar / meu melhor passatempo"
A letra, portanto, fala de amores contemplativos, quase platônicos. Fala daquilo que se sente (ou se sentia) até o instante em que o sujeito põe tudo a perder e decide conhecer sua amada.
Como disse, é uma canção despretensiosa, mas, por vezes, dá trabalho 'ser simples' e esse talvez seja o grande desafio da Balla na gravação dessa canção.
Ah... o nome da música não podia ser outro, lógico: "O Farol".
Segue a letra, verso 1, refrão, verso 2, refrão, chorus.
"Verso 1
Sempre que eu quero te encontrar
eu fico aqui nesse lugar
o teu perfume pelo ar
meu melhor passatempo

Nada que eu falasse ia dizer
tudo o que eu sinto por você

Refrão
Quem sabe em pensamento
você me dê razão?
Verso 2
Hoje, eu pensei te procurar
no Farol da Beira-Mar
Eu sei que é onde você está
com os meus sentimentos
Mas, não sou fácil de entender
eu ligo mesmo é pra você
Refrão
Quem sabe em pensamento
você me dê razão?
Chorus
A noite inteira eu quero estar
com você
Adormecer e acordar
com você"

Assoalho

Se há algo que ainda vai nos inspirar uma música, é o "Assoalho" da Casa Elétrica.

Na, na, na, na, na, na.... Giro o mundo inteiro se você parar

No refrão da "Isso Não Vai Parar" há um coral de quatro vozes com a participação do Leo Brunelli. Eu gravei dois takes de "Na, na, na, na, na, na..." e ele gravou outros dois takes.

Glossário III

Duas frases célebres de minha-própria-autoria:
"O beija-flor é obra de Deus; o camelo, de uma comissão": é por isso que quem manda, no final das contas, é o produtor...;
"Rock'n'roll é atitude...": leia-se... desculpa pra fazer merda.


quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Ijanuéra...

Hoje foi o dia de gravar os vocais da "Isso Não Vai Parar".
Gravamos o primeiro take. Num determinado ponto, o Brunelli parou e executou novamente a música. Ouvimos. "O que é isso?", perguntou ele. Ouvimos novamente. Identifiquei a frase. "Não estou entendendo o que tu diz..." (na música, lógico) disse ele.
"E já não era", expliquei. "Nesse trecho da música eu canto (pausadamente): ' e já não era seu mundo / tudo estava escuro num jardim aberto'".
"Não dá pra entender isso", disse ele.
Ouvimos novamente. Nessa hora, até eu ouvi o que eu realmente estava cantando:
"Ijanuéra... E já não era".
O Brunelli ficou ouvindo, como que pensando se a canção poderia continuar assim ou não. Antes que ele falasse qualquer coisa, eu disse:
"Olha... posso cantar mais pausadamente... 'e já não é-ra'..."
"Será que tu consegues?", disse, sem provocar (eita frasesinha irritante essa, parece até que ele encomendou do Chefinho)"
"Consigo, consigo"
E assim foi... cantei pausadamente "e já não era".
Funcionou. Depois da célebre "poêmas ou poemás", parece que aprendi a ser mais objetivo.
Eu acho...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Glossário II

E segue o "glorioso glossário"...:


"Olha a correria...!!!": Vini Tonello sinalizando que a execução do instrumento não está na batida da música.


"Vamos ficar grandão...!": Ah, essa é fácil... O sonho da Balla e dos produtores.
"Acho que tu não vais conseguir...": Frase clássica, adequadamente manejada pelo Chefinho Ney, pra te forçar a fazer alguma coisa que tu não está a fim de fazer.
"Vai e faz o teu nome...": Instantes antes do sujeito que está sentado na mesa de som dizer... "gravando".




Entre Anjos e Santos

Hoje pela manhã gravei os vocais da "Entre Anjos e Santos" e encaminhamos algumas idéias para a "Todo Dia".
Estamos usando um pré-amplificador valvulado para "aquecer a voz", que está ajudando no timbre. Não me considero um grande cantor, mas os timbres estão ficando legais.
Amanhã, gravaremos os vocais da "Isso Não Vai Parar".

sábado, 9 de agosto de 2008

Produtores e Produção

De uma maneira geral, as pessoas acreditam que gravar um CD é entrar num estúdio, apertar "play-rec", executar a música, e está pronto. Por isso, poucos compreendem quando eu digo que vai levar alguns meses para o CD ficar pronto.
E quando eu falo em "produtores", as pessoas imaginam um empresário que vai tentar vender a banda para shows etc.
Não é assim, contudo.
Gravar é um processo complicado e não é algo que o músico, pelo só fato de ser músico, saiba fazer. Compor e tocar são uma coisa; gravar é outra bem diferente.
E é aí que entra o produtor do CD. Ele é uma verdadeira interface entre aquilo que o músico quer fazer, e os meios disponíveis para registro (execução e gravação).
Fazer essa interface pressupõe não apenas que o produtor tenha domínio dos meios técnicos do estúdio, mas a própria linguagem da música. Ele é o cara que se propõe a entender qual a proposta da banda, e aponta os caminhos para tanto. As vezes, isso implica modificar a maneira de cantar e de executar os instrumentos. Aliás... as vezes, não; quase sempre.
O produtor também sabe aquilo que as pessoas gostam de ouvir; ou, ao menos, "o que elas vão ouvir" se a música ficar desse ou daquele jeito. Os músicos, de tanto executar suas composições, acabam ficando com o ouvido viciado, e não percebem que a canção poderia 'soar' melhor se fosse executada com alguns ajustes, inclusive na estrutura da música. Na canção "O Farol", por exemplo, passamos a repetir o 'refrão' depois de um sugestão dos produtores.
É claro que isso gera uma tensão. Abrir mão das convicções em favor da opinião do produtor não é uma coisa fácil...
A Balla está com dois ótimos produtores: Leo Brunelli e Vini Tonello. Do ouvido deles não escapa nada. E quando eu digo "não escapa nada" falo desde pronúncias que tiveram que ser melhoradas (tipo 'cotovelos' que eu acabava cantando 'cutuvelos' ou o velho dilema 'poemás vs. poêmas') até aspectos da melodia.
Na execução dos instrumentos, o trabalho deles também é muito importante. Cada palhetada nas cordas da guitarra foram cuidadosamente planejadas e harmonizadas, dando uma coesão entre as músicas que nos surpreendeu.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Os Meus Medos - Vocais


Hoje, cedo pela manhã, gravei os vocais da canção "Os Meus Medos". Acho que ficaram bem legais.


Tenho que reconhecer, o chefinho e o seu clássico "eu faria diferente" fizeram falta...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Os Meus Medos - A história por trás da música

Aqueles que já escutaram "Os Meus Medos" acreditaram se tratar de uma canção de amor. É o que sempre me dizem. E há uma frase no verso que chamou a atenção deles, e talvez leve à essa conclusão: "E vocês faz/com que a paz/que me deixava tão calado se transforme num discurso de paixão".
Não é, contudo, uma canção de amor. Melhor, não trata apenas de amor.
Certa vez, li que a coragem é o atributo daqueles que têm medo. Isso rompeu um paradigma. Sempre associei os meus medos à falta de coragem. Percebi, então, que os medos que me incomodavam eram justamente aqueles que me impediam de fazer coisas que eu queria fazer.
Com esse sentimento "na ponta dos dedos" veio o refrão da música.
"Os meus medos são desejos
pensamentos tão banais
Eu sei, não foi apenas distração"
Os versos tentam expressar esse paradoxo. Medo e desejo. Segue a letra da música, verso 1, refrão 1, verso 2, refrão2:
"(Verso 1)
Na mesma hora em que eu fugia
eu queria te encontrar
No mesmo instante em que eu negava
eu procurava o teu olhar
Mas tanto faz
se o que me traz
não é a certeza de ficar ou te deixar
pois eu não vou viver em vão
Como quem vive um novo dia
só pra ter que se aceitar
Pra mim não dá mais

(Refrão 1)
Os meus medos são desejos
os pensamentos tão banais
Eu sei não foi apenas distração
(Verso 2)
Se eu estivesse condenado à nunca mais me perdoar
Por reviver tanta tolice, quanta dor no meu olhar
E você faz
com que a paz
que me deixava tão calado
se transforme num discurso de paixão
Eu já nem sei se sou eu mesmo
ou se tem outro em meu lugar
Pra mim não dá mais
(Refrão 2)
Os meus medos são desejos
os pensamentos tão banais
E eu sei, não foi apenas distração
Meu bem, não foi apenas distração."

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Isso Não Vai Parar

Se alguém escutasse a versão original da "Isso Não Vai Parar" não ia acreditar que é a mesma canção, cuja gravação das guitarras finalizamos hoje.
A versão original tinha uma levada funk que 'pulava' pra fora do estilo da Balla, o que era uma recorrente reclamação do Ney. E só quem conhece o Ney sabe o exato sentido da palavra "recorrente".
Pra mim, essa canção foi a prova de fogo dos produtores, que conseguiram dar coesão à música, fazendo com que ficasse na mesma linha das demais composições.

Glossário I

Aos poucos, vamos apresentando as expressões técnicas mais utilizadas durante o processo de gravação.


"Tem uma aí que não é da turma": normalmente utilizada pelo Vini Tonello, quando ou Ney ou eu incluímos uma nota que não é da escala que está sendo executada. Ou seja, quando erramos.
"É uma idéia...": técnica altamente sofisticada, executada pelo Leo Brunelli. Em síntese, a expressão é utilizada logo após nós sugerirmos algo que ele - de cara - vê que não vai dar certo.
"Eu faria diferente": o emprego dessa expressão exige um 'time' adequado. Em regra, após horas de debates, discussões e ensaios entre o Brunelli e eu, sobre como executar a guitarra. Quando se chega a um consenso, eis que o chefinho aparece no estúdio e diz... "ah... eu faria diferente".

domingo, 3 de agosto de 2008

Os Meus Medos - Teclado

Olha... agora é pra ter medo mesmo.

O fato de eu não ser tecladista, por si só, não é problema. Eu até bolei um timbre legal no meu sintetizador (simulando uma orquestra de cordas e um coral de "aaaah"s) e o arranjo que fiz para a canção "Os Meus Medos" não é de todo ruim.
O problema é tocar teclado do lado do Vini Tonello.
Primeiro, o cara tem um coleção de "acho que uns trinta teclados" (foi assim que ele falou quando o Ney perguntou qtos teclados ele tinha), entre eles os clássicos Hammond, Rhodes, Moog etc. Depois, decorrência lógica, o Vini é um excelente tecladista, com uma pegada que eu não vou ter nem com quarenta anos de estudo.
Bom, mas além de grande tecladista, o cara é paciente.
Durante a gravação, ficou atento a todo movimento. E toda vez que entrava uma nota "que não é da turma", parava tudo e começávamos novamente, sem qualquer estresse.
E ainda me ajudou, pilotando o 'cut off', enquanto eu tocava. Isso deu um efeito legal na música, acentuando a presença do teclado quando era realmente necessário, e deixando-o mais discreto em alguns momentos.

Os Meus Medos - Violões


No sábado, gravamos os violões e o teclado da canção "Os Meus Medos".

Gravei com o Gibson J 200. Uma preciosidade que tem um timbre sensacional. É o mesmo violão (marca e modelo, lógico) que Alex Lifeson (do Rush) usou na turnê brasileira do CD Vapor Trails (quando tocaram a música "Resist", ineditamente, numa versão acústica), e isso já é o suficiente pra imaginar o som que ele faz.
Quem quiser conferir, veja o 'youtube' do show Rush Live in Rio:
http://www.youtube.com/watch?v=W5dEDIKOoQY
Mas não é só: é o mesmo violão que foi utilizado por Élvis Presley e imortalizado no "Rock and Roll Hall of Fame", cujo exemplar foi doado Pete Townshend, guitarrista do "The Who", que o havia utilizado em 1968, quando compôs "Pinball Wizard", do álbum "Tommy".
Se não quiserem ir tão longe, vejam o filme "O Som do Coração". O violão que o menino "August Rush" utiliza é precisamente o Gibson J 200.
Eis o 'youtube' no qual ele aparece:
http://www.youtube.com/watch?v=sN0c_egqXAM
Bom..., ao lado do J 200, 'dobrei' o som com um violão "SigmaGuitars" do Vini. Além de ter um timbre mais agudo que o meu (o que vai dar mais brilho pra música) esse violão também tem muita história e foi utilizado por vários músicos, inclusive em alguns hits produzidos por ele.
Mas o mais legal na gravação foi uma idéia da dupla Vini e Leo, na qual eu tive que executar os mesmos acordes uma oitava acima, apenas nas três cordas mais agudas do violão. O Leo me deu uma mão na concepção desses acordes e ainda "travou" as três cordas mais graves para evitar que eu executasse elas acidentalmente, poluindo o som. O Vini selecionou o compasso exato em que eles deveriam entrar na música.
O resultado foi muito bom, lembrando um pouco o som de bandolim.

O único "não-músico" - parte I

Bom pessoal, esta é minha primeira postagem deste blog, tão importante para nós, da Ballahalls e num momento único, da criação e gravação de um CD.
Antes de mais nada, gostaria de deixar registrado que é um imenso prazer tocar com estes 2 caras tão talentosos e criativos, quanto os "irmãos" Ney & Vandré. O Ney já conheço de outros carnavais, praticamente comecei a tocar junto com ele e nossa primeira banda lá pelos idos de 1988, na super banda Caminhos ao Avesso, que também contava com o grande amigo Guigo no baixo e o Nandão no violão. Muito (ou pouco) do que sei em termos de música hoje devo ao Ney, é sério ... e ao Neil Peart (Rush), é claro ! Quanto ao Vandré, fui apresentado a esta fera lá pelos idos de 1999 (não lembro bem), pelo Ney, quando fui fazer um "teste" meio que informal, para ver se poderia integrar a banda que estavam formando (ou reagrupando, já que o antigo baterista tinha se mandado para o Canadá). O primeiro teste foi num ensaio da música "Eu quero ter você prá mim", que provavelmente não entre neste CD, mas é uma baita música. O Vandré é sensacional, extremamente criativo, fonte inesgotável de músicas / riffs e grande referência para mim hoje em dia ! Resumindo, estou tocando com os 2 caras que realmente gostaria de estar tocando, se tivesse que escolher ... mesmo !

Bom, depois desta rasgação, o protesto ...
O problema é que não agüento mais ser chamado de "não-músico". É, não tá fácil ! Na minha próxima postagem, vou escrever sobre a nobre profissão do baterista, este ser extremamente talentoso e de bom gosto, que bota a casa em ordem a partir da "cozinha" e dá um pouco de disciplina para os .... músicos (ui !). Vão se f@$%# !!

Sábado de Muito Trabalho

Esse sábado foi dia de muito trabalho pra Balla. Cancelamos o ensaio da tarde e gravamos das 9h30 às 19h.


Agora teremos mais uma semana intensa para finalizar seis músicas, pois, no domingo, o Vini Tonello zarpa pra São Paulo, onde ficará 20 dias produzindo uma banda paulista.


Nesse período, até o retorno do Vini, vamos agilizar o myspace, a página da banda, e encaminhar a pré-produção de outras músicas com o Leo Brunelli.


Pelo ritmo das coisas, tudo estará pronto entre setembro e outubro.




sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Poemas Sobre o Mar - A história por trás da música

"Poemas Sobre o Mar" foi uma canção composta em dois momentos distintos.

Depois de um ano puxado e de muito trabalho, eu estava em Floripa, no apartamento de "uma amiga de uma amiga", lá na Barra da Lagoa. Acho que era novembro ou dezembro, não estou bem certo. Dia de sol. O primeiro das minhas férias. Peguei o violão (que sempre me acompanha nesse tipo de viagem) e me veio aquela sensação de paz, de tranquilidade.

Foi essa paz, tradução da vontade de me desapegar das coisas desimportantes, que me inspirou os primeiros acordes (uma combinação com cordas soltas que eu gosto muito); junto com os acordes, vieram as frases que formariam o refrão:

"Agora eu estou entregue
o meu lugar é no teu ouvido
dizendo poemas sobre o mar
Passou a tempestade
eu vou cuidar do teu sorriso
dizendo poemas sobre o mar"
Logo percebi que o refrão seria o ponto alto da estória que eu queria contar. De sua vez, os versos deveriam traduzir as tensões do dia-a-dia, aquela vontade de chutar a porta, que acaba quando entra o refrão, e o sujeito percebe que ele pode contemplar a vida e cuidar do que realmente importa.
Bom, com aquele sol, com aquela paz e com aquela praia, era quase impossível escrever sobre tais 'tensões'. O máximo que eu fiz foi estabelecer a 'harmonia' dos versos. Pra isso, um pouco de técnica ajuda. Como o refrão é em "sol maior" (G) construí o verso em "mi maior" (E), pois G não faz parte do campo harmônico de E e vice-versa. Essa 'modulação tonal', fazendo com que uma música que tenha tônica em mi (E) passasse para sol (G) no refrão, por si só, já criava uma tensão legal.
Bom, a letra do verso veio bem depois. Estava cheio de trabalho, mudando de cidade e com várias confusões na minha vida. Na verdade, escrever foi uma barbada.
Seguem os versos, omitindo o refrão:
"A tristeza batendo e eu chorando demais
volto pra casa mas não vou demorar
tanta gente correndo e eu querendo te ver
um oceano de mágoas entre eu e você.
Eu digo daqui a pouco você diz nunca mais
teus olhos brilhando no passado é demais
correndo na chuva, não tenho onde parar
um Canguru Voador sobrevoando a minha paz
(Refrão)
Já nem tento explicar pois ninguém vai entender
sempre perguntam o que deu em você
Vítimas da paciência, eu não posso esperar
meu coração agitado, a mente quer silenciar
Cotovelos dançando dentro do elevador
olhos marejados, ouvido mercador
o pensamento distante: o tempo vai melhorar?
em Porto Alegre tá quente, em Floripa vou te amar.
(Refrão)"